Lembro dos olhos teus
Quando miravas o amor
Quando cantavas o adeus
E da estranha madrugada
Quando tudo começou
E quando tudo fez-se nada
Fervilhavam encantamentos
Abraços; beijos; loucuras…
Num súbito arrebatamento
De te amar na noite escura
Lembro da tua tês de leite
Como brancas nuvens no azul
Num dionísico deleite
De beijar teu corpo nu
E desde tudo que passou
Como um rio sob a ponte
Vejo a lua-cheia que ficou
Como lembranças no horizonte
Vejo o orvalho sobre a flor
No amanhecer do meu jardim
Como a alquimia de um amor
Sem começo, meio, ou fim…
E da estranha madrugada
Quando tudo começou
E quando tudo fez-se nada…
Lembro dos olhos teus
Quando me davas teu amor
Quando ocultavas o adeus…
©Hermus